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Foto do escritorMayra Machado

Vulnerabilidade, compaixão e mindfulness

Você já se sentiu vulnerável ao ser exposto aos diferentes sofrimentos do mundo?


Nesse post, vamos conversar um pouquinho sobre essa vulnerabilidade e como a compaixão aliada à uma consciência plena podem ajudar a seguir a nossa busca de um caminho mais desperto.



Na medida em que praticamos a meditação e começamos a compreender que nós mesmos e o mundo são processos interativos, que se influenciam mutuamente, é natural também emergir a necessidade de desenvolver compaixão. Assim que começamos a nos libertar do desejo autocentrado e nos abrimos para as experiências como elas são, passamos a vivenciar também a vulnerabilidade de estarmos expostos ao sofrimento e às angústias do mundo, e isso pode ser um grande momento de virada!


Essa vulnerabilidade se apresenta de muitas formas, e pode ser sentida em diferentes graus. Quando isso acontece, é muito comum as pessoas me relatarem que se sentiram sobrecarregadas, angustiadas, inseguras e com medo. Mas também me relataram sentir amor, afeto e carinho, e se permitirem, encontram aí um lugar seguro para fazer germinar uma linda semente.


Ao compreender isso, o que escolhe fazer em seguida? Você pode dar um passo atrás e voltar para a “zona de conforto da ignorância”, certo? Mas parece que algo dentro de você simplesmente não consegue mais fazer isso. Uma vez que cruza essa porta é difícil voltar atrás, e algo dentro de você te diz para continuar seguindo em frente, simplesmente porque sente que faz sentido ser assim. E tenha certeza: este é um caminho muito bonito de transformação e cura.


Com a mente clara e um coração gentil, podemos encontrar a segurança de trilhar esse caminho muitas vezes desconhecido. Não é à toa que a compaixão não é desprovida de coragem e discernimento! É necessário coragem para desenvolver a consciência e responder ao sofrimento de si e dos outros, assim como discernimento para conhecer nossos limites.


Mas querer se sentir de maneira compassiva não é o bastante. É preciso também estar atento à toda enxurrada de pensamentos e emoções que nos invade e que podem minar nossa intenção determinada de cultivar aquilo que nos faz sentido. Um coração compassivo também sente raiva, frustração, medo e angústia. Mas se estamos atentos, podemos compreender, acolher e responder com equanimidade e gentileza, desenvolvendo nossa própria sabedoria de manejá-los sem se identificar ou agir com base neles.


Fundamentar nosso cultivo da compaixão em nossa intenção é o que, a meu ver, torna esse caminho verdadeiramente trilhável, em uma real jornada para a vida inteira. Por isso, queria fechar compartilhando um trechinho maravilhoso do autor que representa a maior clareza que tive quando comecei a despertar para a necessidade de mergulhar na compaixão, espero que goste:


“A compaixão é o corpo e a alma do despertar. (...) É vislumbrada naqueles momentos em que a barreira do “eu” é levantada e em que a existência individual se rende ao bem-estar da existência como um todo. Torna-se cristalinamente claro que não podemos obter o despertar para nós mesmos: podemos apenas participar do despertar da vida.”


(Stephen Batchelor – Budismo sem Crenças – Editora Palas Athena, 2005, p. 118 e 119).



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