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Há gentileza na história que conta sobre sua vida?

Foto do escritor: Mayra MachadoMayra Machado

Nesse post, vamos conversar um pouquinho sobre a frase de Byron Katie: "A realidade é sempre mais gentil do que a história que contamos sobre ela", que faz refletir bastante sobre como interpretamos nosso momento presente.



Um dos questionamentos que me faço é: o que tem de tão desafiador no momento presente que faz com que o tempo todo a gente fuja para o passado e o futuro?


Claro, existem uma série de explicações como, por exemplo, realmente ser importante planejar nossa vida e refletir onde queremos chegar, e para isso revisitamos o que já vivemos até aqui. Existe um potencial criativo no processo de divagação livre da mente, surgimento de ideias, de insights... Existe um processo automático, de condicionamento mental, que costuma “visitar” esses lugares comuns normalmente de passado e futuro, que por uma série de motivos se fortalecem e ficam mais e mais automáticos – e, nesse sentido, desenvolver um novo condicionamento de maior presença e consciência com o momento presente requer um esforço afetuoso de nossa parte.


E OK, não tem nada errado com essa forma de ser. A reflexão que convido aqui não é sobre acho ser certo ou errado, mas de uma abertura sincera para identificar qual impacto essa “ausência para o momento presente” traz para nossas vidas. As pesquisas mais do que mostram a relação com sintomas de ansiedade, depressão e estresse, além da associação entre estar no momento presente com felicidade, conexão, bem-estar, etc.


Uma das coisas que nos afasta desse momento presente é justamente o filtro com que olhamos para ele. Até por uma questão evolutiva e de sobrevivência, nossa mente pode ser muito negativa, alarmista, até mesmo cruel algumas vezes. E então, o que pensamos sobre o momento presente, como interpretamos o que vivemos, acaba sendo enviesado por esse filtro. Nos colamos a isso, nos identificamos tanto com nossa interpretação da realidade, que mal damos o benefício da dúvida. E sentimos, tanto no campo emocional quanto no nosso corpo.


Se pudermos realmente olhar para o momento presente de maneira genuína, aberta e curiosa, de maneira mindful, poderemos ver como de fato ele é mais gentil do que parece. E acredite, isso se dá mesmo quando o que está no momento presente já é difícil o bastante, pois nesses momentos nossa mente consegue ser ainda mais enviesada.


Aprender a “virar a chave da mente”, ou seja, aprender a regular o nosso foco de atenção, nos permite escolhas conscientes e até mesmo regular nossas emoções. Para isso, é importante observar a intenção que sustenta essa escolha e não ficar vivendo os condicionamentos mentais automaticamente. Escolher quando “viajar para a praia” no meio de uma reunião difícil ou quando definir a necessidade de estar focado e presente justamente por ser uma reunião difícil, por exemplo. Escolher quando quer deixar essa mente livre e fluída visitar os lugares que quiser, reconhecer quando isso passa a impactar negativamente (talvez porque nesse caso estar no momento presente passa a ser chato e frustrante, já que não estamos de fato lá) e quando quer sincronizar sua atenção plena com o que está fazendo.


Conectar com seu corpo, se abrir para suas emoções e refinar sua percepção sobre esses aspectos dão dicas fundamentais de quando devemos virar essa chave, e até mesmo de como podemos virar essa chave. Não tem receita de bolo, não tem mágica, é o que faz sentido para cada um. E o que acho mais interessante, é legitimar a real sabedoria de cada um.







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