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Como criar espaço para sentir tranquilidade

Série "Pílulas de Atenção Plena"


Descubra dois pontos importantes para começar a ter mais calma e tranquilidade em sua vida! Nesta primeira postagem você terá reflexões importantes para dar o primeiro passo em direção a uma vida mais tranquila.


Você pode ler a segunda postagem sobre esse tema clicando aqui.




Você já parou para pensar qual espaço tem em sua vida para sentir calma e tranquilidade?

E eu não falo aqui só de espaço na rotina, no sentido de ter tempo para isso, claro, isso é importante também! O que estou dizendo é mais no sentido de se permitir sentir isso. Da disponibilidade interna para sentir e cultivar isso.

Curiosamente, uma das coisas que as pessoas mais me falam quando procuram os grupos de mindfulness é que gostariam de ter mais calma, aprender a sentir mais paz e tranquilidade. E a primeira coisa que percebem é que não permitem que isso aconteça. Ou ainda, não reconhecem quando isso está presente.

Veja, estou falando de dois pontos importantes aqui para que você comece a ter mais momentos de calma e tranquilidade em sua vida: um deles é a permissão que você dá para isso, e o segundo é a consciência que tem quando isso está presente.

Vamos falar do primeiro ponto. Nossa cultura é tão acostumada a ter que fazer coisas o tempo todo, tão multitarefa, que desaprendemos a simplesmente ser, nem que seja por um instante não ter absolutamente nada com o que se preocupara ou fazer. E ao ler isso, você pode estar pensando “nossa, impossível! Com a minha vida do jeito que é, não tem nenhum espaço para isso!”. Ainda mais agora, com toda a quarentena, em que precisamos assumir mais tarefas, demandando uma reorganização geral em nossas rotinas.

Mas saindo um pouquinho do “óbvio”, será que realmente não tem nenhuma forma de se oferecer 5 ou 10 minutos que seja de simplesmente ser?

Vou te fazer uma pergunta... o que acontece quando, por um breve instante, as coisas parecem se acalmar um pouco? Você consegue simplesmente curtir ou a mente já começa a pensar no próximo passo, na “resolução do próximo problema”, na organização para adiantar algum serviço que precise ser feito, e a mente já começa a se cobrar? Você consegue simplesmente parar, ou percebe se rapidinho já começa a “caçar o que fazer porque tem tanta coisa que é melhor já fazer logo para poder descansar logo”? Mas o problema é que esse “descansar logo” nunca chega, reproduzimos esse hábito de novo, e de novo, e de novo. E ao final de um dia, estamos exauridos, e sonhando com a paz ou tranquilidade.

Às vezes eu me pego nesse mesmo ciclo. Percebo meu corpo acelerado, minha mente acelerada. Resolvo parar um pouco, deitar numa rede por exemplo, por uns 10 minutos que seja. Mas aí logo a mente começa a trabalhar, já pensando no que vou fazer assim que eu sair de lá, começo a fazer a lista mental de todas as coisas que ainda faltam, todas as tarefas atrasadas. E como os pensamentos impactam em nossas sensações físicas e emoções, meu corpo começa a se agitar, começo a me sentir ansiosa, e aí como um bom ser humano que quer resolver problemas, chego na conclusão ideal: sai dessa rede e vai logo fazer o que tem que fazer para passar essa sensação ruim. E sem nem perceber, mais uma vez não me autorizei a simplesmente curtir minha rede. Nem pelos 10 minutos que me propus. Olha que coisa, eu sequer me permiti um instantinho de calma e tranquilidade justamente para fazer tudo que eu precisava para poder sentir calma e tranquilidade.

E sabe o que descobri? A coisa mais óbvia do mundo... Se eu continuar deixando minha mente fazer isso, eu nunca vou sentir calma e tranquilidade, porque a vida é cheia de coisas para fazer, sempre! Nossa cultura urbana é assim. Quando uma termina, outra começa. Uma nem bem terminou e outra surge. Muitas se encavalam. E se eu continuar sujeitando minha paz e tranquilidade nas tarefas, coisas a fazer e rotina, não vai acontecer nunca.

Tomar consciência que isso está acontecendo, reconhecer esses condicionamentos da mente, aprender a distanciar desses pensamentos, cultivar aceitação e gentileza, voltar a atenção ao momento presente, fazer a escolha de acolher isso com amorosidade mas não ceder a isso, é aprender a fazer uma escolha sábia em direção a uma vida mais plena, equilibrada e tranquila. É reconhecer que essa tão sonhada tranquilidade não está fora, mas está dentro.


E é um treino, um grande treino que mindfulness me possibilitou, e eu sei que você tem o mesmo potencial que eu para desenvolver isso. Todo ser humano tem. E aqui eu quero plantar uma sementinha de reflexão em você: quais pequenos momentos do seu dia você pode escolher soltar, deixar ir, apenas por um instante, e se permitir realmente curtir o não fazer nada? Por exemplo, será que aquela louça realmente precisa ser lavada exatamente nesse instante?

Ao falar disso, é inevitável falar mais uma coisa: será que você realmente se permite ser ajudado e dividir as cargas de tarefa? E veja, essa pergunta é mais complexa do que parece. Muitas pessoas – e eu falo muitas mesmo – que atendo me falam que gostariam muito de ter mais ajuda de seus companheiros, dos seus filhos, dos seus colegas de trabalho, que se sentem sobrecarregadas. Na medida que trabalhamos e saímos do automático, percebemos que na verdade muitas vezes essa ajuda é oferecida, mas não aceitamos. Ou achamos mais fácil pegar e fazer, ou não é feito do “nosso jeito”, ou arrumamos outra desculpa. Ainda pode acontecer de não pedir ajuda, não comunicar assertivamente para essas pessoas que gostaria que assumissem mais coisas, ficamos esperando que elas percebam sozinhas.

Então, vou acrescentar mais uma coisa em nossa sementinha de reflexão: quais pequenos momentos do seu dia você pode escolher soltar, deixar ir, apenas por um instante, e se permitir realmente curtir o não fazer nada? E o quanto você permite que as pessoas te ajudem, mesmo que do jeito delas, em prol de uma vida mais calma e tranquila?


Bem, acho que por um primeiro momento já temos o bastante para refletir! Mas ainda tem o segundo ponto muito importante que levantei no começo que é a consciência de sentir a tranquilidade, que eu vou deixar para uma segunda postagem (se quiser ler já clica aqui).

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